23 maio 2009
22 maio 2009
21 maio 2009
Carne em delírio
Nesse momento Roberto realizava o maior desejo de sua vida. Tinha-a como verdadeira esposa e mais que isso: como amante. Ardendo de ansiedade por ele.
Mas… Cristina não vibrava. Excitava-o com carícias pensadas. Beijava-o maquinalmente. Abandonada e submissa, insensível e fria. O prazer extenuou doloroso e calado. Ao tê-lo sobre si, Cristina esmorecera como se as forças a tivessem abandonado. Seu corpo amoleceu e seus lábios contraíram-se dentro da boca que a beijava. Deixou que ele a possuísse porém não conseguiu lhe fazer mais nem um afago sequer. Estava passiva e assexuada.
Fechou os olhos e procurou, nas sombras da sua mente alucinada, o vulto do homem desconhecido que tivera o poder de excitá-la, durante toda a tarde, com um simples enlevo
da imaginação. De novo o sangue ferveu-lhe nas veias. Era Alexandre que a possuía. Era ele que pesava sobre seu corpo, E então sentiu vibrar intensamente o desejo carnal que a consumiu num êxtase incomportável.
A noite galopava tempo afora.
Roberto deixou-se ficar por alguns instantes em silêncio ao lado da esposa. Depois, pesado sono dominou-os. Cristina, adormecida entre os braços do marido, tinha no rosto a expressão voluptuosa da embriaguez e, nos traços macios e lascivos de seus lábios, um nome se incorporava como a pedir um beijo e a clamar loucura:
— Alexandre!… Alexandre!…
Trecho
de Carne em delírio, claro que só poderia
ser da Cassandra Rios.